SENTIMENTOS

    Nunca fui bom em expressar sentimentos em forma de palavras. Seja falando ou escrevendo, estou me dando essa chance mais uma vez (pq não?) quem sabe assim consiga compreender melhor todo esse turbilhão de sentimentos incompreendidos. 

    Com a terapia eu aprendi a lidar com toda a impotência que me dominava em relação às expectativas que eu, talvez, inventava dos outros sobre mim e isso me tornou meio apático em relação aos outros. Confuso, não? Bem, não sei, mas essa indiferença me é lembrada toda vez que sou questionado sobre futuro, ambições, sonhos e eu respondo que não me importo muito, que só estou vivendo e esperando a vida acontecer, afinal a vida adulta é bem diferente de toda propaganda vendida para a maioria de nós.

    Todos vivemos em bolhas que raramente são estouradas e se tiver a sorte (ou azar) de ser aglutinado em mais de uma bolha, bem... o choque de realidade provavelmente irá se tornar um conflito irreconciliável. Um diário poderia ter feito milagres, caso eu tivesse disciplina para tal, cada dia memorável, cada evento marcante, minha memória para acontecimentos interpessoais nunca foi muita boa e eu tenho o agravante de sempre tomar alguma coisinha.

    Acabei perdendo o foco, provavelmente não será a última vez, também nunca fui muito bom em escrever, quem sabe acabe melhorando nisso também. Enfim, tive um sentimento estranho, uma pequena crise de ansiedade seguida de uma paranoia talvez? Considerando o que me levou a fazer, provavelmente a resposta seja sim. Tive esse lapso de momento e perguntei para a pessoa que anda fazendo eu reconsiderar de uma forma não proposital, totalmente independente do meu pensamento controlado, todas as expectativas que estavam indiferentes, se ela estava com outra pessoa que a fazia despertar o mesmo que despertou em mim.

    Claro que de uma forma nada esclarecida, como a que escrevo aqui (pelo menos parece claro para mim agora), afinal nunca fui bom em me expressar. Mas esse acontecimento, de perguntar a ela algo direto, está fazendo eu me perguntar novamente: Como não ser impotente? Como não me sentir frustrado por não, simplesmente, ser?

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